terça-feira, 23 de agosto de 2011

Quando Aikido não é Aikido?

Texto enviado por Arthur Brant, Aizen Dojo - ITN
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Vou começar essa postagem parafraseando o colega Werley Machado no seu texto Onde está a defesa pessoal no Aikido”, postado no dia 30 de maio de 2011: 
num dia desses, no Aizen Dojo, eu estava participando de uma aula “teen” quando vi um de nossos amigos falando pro outro “aqui no dojo a gente faz assim... mas na rua, faz assado!”.
Bom, não sou instrutor do ITN, mas como sempai da turma achei que o episódio merecia uma rápida intervenção: disse apenas para ele não se preocupar com “a rua”, bastava ele se concentrar em desempenhar a forma adequada da técnica ensinada (achei que sermões demasiadamente longos são papel do instrutor da turma e retomamos os treinamentos). Naquele momento, me incomodou ver um garoto de cerca de 12 anos de idade tentando prever ou medir sua reação (ou violência!) numa possível situação de crise. Não me pareceu o propósito do treinamento despertar esse tipo de questionamento por parte dos seus praticantes, sobretudo uns tão jovens.
Esse texto que compartilho hoje me chamou a atenção pois começa a debatendo a eterna discussão da efetividade marcial (ou ao menos, arranhando essa discussão) e esbarrou nesses argumentos sobre o uso do aikido “na rua”.


Contudo, assim como ele esbarra nesse tema, me surpreendeu como esbarra em vários outros susceptíveis de valiosas reflexões: qual nossa percepção sobre as diferentes escolas de aikido? Como encaramos essas diferenças? Treinos suaves x treinos vigorosos? Ego x amor e compaixão? Busca exterior ou interior?


Enfim, acredito que esse texto trará diferentes percepções e reflexões em cada leitor, espero que proveitosas. Compartilhe a sua.
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Quando Aikido não é Aikido?
David Lynch
Aikido Journal #120

Traduzido por Arthur Brant, Aizen Dojo - ITN

“Discussões sobre a ‘efetividade marcial’ do aikido são constantes nos boletins da internet. Infelizmente, muitas postagens mostram uma ignorância abismal das premissas sobre as quais a arte foi fundada, na medida em que fazem comparações com vários outros sistemas de luta.

Aikido não é um sistema de luta, mas um modo de não-luta, planejado não para proteger ou engrandecer o ego; mas para, potencialmente, erradica-lo. Seu valor está na promoção de valores diametricalmente opostas aquelas advogadas para uso ‘na rua’.



segunda-feira, 15 de agosto de 2011

SEMINÁRIO DE AIKIDO DO DISTRITO FEDERAL


25, 26 e 27 de Novembro – SEMINÁRIO DE AIKIDO DO DISTRITO FEDERAL, com a presença de Wagner Büll Sensei (6º dan – SHIHAN) e José Fernando Dos Santos Sensei (5º dan).

Realização: CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE AIKIDO – BRAZIL AIKIKAI .


Inscrições:
De 01/08/2011 até 31/10/2011: R$ 150,00 para membros do BRAZIL AIKIKAI e R$ 200,00 para não membros do BRAZIL AIKIKAI.
De 01/11/2011 até 11/11/2011: R$ 200,00 para membros do BRAZIL AIKIKAI e R$ 250,00 para não membros do BRAZIL AIKIKAI.


ATENÇÃO: Após 11/11/2011 não será realizada mais nenhuma inscrição.


Para maiores informações (inscrições, cronograma, etc): daishizendojo@gmail.com



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terça-feira, 9 de agosto de 2011

A virtude da espada

Fonte: Aikido Journal #119 (2000)
por James Williams
Traduzido por Jaqueline Sá Freire (Hikari Dojo – RJ)



O treinamento em várias artes militares, aparentemente antiquadas, está se tornando cada vez mais comum em nossa sociedade do século 21. Porque buscar estas artes que requerem tanto esforço, disciplina, e em muitas vezes, trazem dor? Porque buscamos nos testar em lutas e treinar para o combate? O que nos trouxe para essas artes, e o que esperamos conseguir destes treinamentos?

Sempre me perguntam por que eu pratico e ensino técnicas clássicas de guerra, e porque aderi a uma filosofia que parece ultrapassada para muitas pessoas. A espada definiu o guerreiro por milhares de anos. Ela definiu o poder, a ética, o dever e a auto defesa de uma classe de pessoas que formou a face da civilização neste planeta. A habilidade, o exercício, o desenvolvimento mental e o simples prazer que acompanham o uso da espada são únicos. O combate com armas cortantes é a forma mais exigente de combate físico. Não apenas exige grande habilidade, tanto física quanto mental, é uma arte que desenvolve no adepto habilidades que o separam dos demais e aumenta a intuição, os reflexos e a técnica ao mais alto grau. Para o guerreiro, a espada representa seu dever, sua honra e sua responsabilidade.

Esta não é, em sua maioria, uma sociedade que valoriza o guerreiro por suas virtudes. Nossa sociedade se esqueceu dos sacrifícios e lutas dos que a antecederam, e desfrutamos dos frutos desses esforços e sacrifícios; é uma sociedade que exigirá de seus militares, mas não honrará ou cuidará de seus homens. É uma sociedade em que a virtude é frequentemente olhada com estranheza, em que caráter não é algo desejado daqueles que querem nos liderar. É uma sociedade que desfruta de enorme abundância mas que nega a seus militares a munição necessária para o treinamento para proteger a própria riqueza. Porque um significante número de cidadãos busca treinamento e abraça virtudes que parecem antiquadas? Talvez não tenhamos todos esquecido que há menos de 60 anos o mundo inteiro se envolveu em uma luta para determinar se é possível a existência de uma nação livre. A maioria de nós conhece alguém que participou desta batalha, e por cujos esforços temos o direito à escolha e à abundância que parecem não serem levados em conta por muitas pessoas.

“Vitória a qualquer preço, vitória apesar do terror, vitória sem se importar o quanto é longa e árdua a jornada; pois sem vitória não há sobrevivência”Winston Churchill

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Morre o homem, fica a fama


Por: Gustavo N. Santos (Aikidô ITN Brasil - Academia CLAM, Goiânia)

Revisão: Thiago Brandão (Instrutor Aikidô ITN Brasil - Academia CLAM, Goiânia)
Supervisão: J.F. Santos (Instrutor Chefe  Aikidô ITN Brasil)


Às vezes fico pensando, que adjetivo dirão após mencionarem meu nome? Será que dirão mentiroso, ladrão, vagabundo ou dedicado, trabalhador, responsável, honesto...?

Acho esta uma reflexão muito válida e sei que ela é muito presente no código de vida de um cavalheiro (guerreiro ou bushi).

A visão oriental é de fora para dentro, o que os outros vêem. O que é completamente diferente da nossa visão ocidental, o que eu vejo. Desta forma, o correto é pensar o que pensam de mim, o que eu apresento, e não o que eu penso de mim ou vejo para os outros.
           
Veja, existe uma consideração muito séria aí, pois quando quero passar uma imagem para os outros que não seja verdadeira, não consigo sustentá-la por muito tempo já que é algo externo e logo sairá. Assim como uma personagem, uma carapuça ou máscara. Tentar sustentar uma farsa pode ser muito cansativo e penoso.

O correto é que haja uma transformação interior para que seja duradouro e verdadeiro.

“Até a criança se dá a conhecer pelas suas ações, se a sua conduta é pura e reta”.

Não são as palavras, ou vídeos, ou escritos que mostrarão nossa conduta, mas sim nosso dia-a-dia e nossos exemplos.

Na idéia samuraica devemos estar sempre atentos que a morte está na próxima esquina. As falhas devem ser corrigidas instantaneamente, pois pode não haver tempo para corrigir depois.