sexta-feira, 21 de dezembro de 2012



Um feliz ITNatal e Boas Festas para comemorar a entrada de um ano novo cheio de novas lutas.

São os votos da equipe
Instituto Teruo Nakatani - ITN Brasil
 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Vídeo Hiroshi Tada Sensei


Hiroshi Tada (多 田 宏, ただ ひろし, Tada Hiroshi) 


Nascido em 13 de dezembro de 1929 é professor de aikido com graduação de 9º Dan pela Aikikai. Nascido em Tóquio, Japão, Tada era um membro do clube de karate da Waseda University antes de iniciar o treinamento em Aikido na Aikikai Hombu Dojo com o fundador do Aikido Morihei Ueshiba, em 1948. 

Ele foi enviado para Roma, Itália, em 1964, onde estabeleceu o dojo central italiano em 1966.  Em 1973 retornou ao Japão para lecionar na Aikikai Hombu Dojo. Para complementar a formação aikido, ele desenvolveu um sistema de exercícios de respiração e meditação chamado ki no renma (気 "cultivo de ki" の 錬磨).


sábado, 17 de novembro de 2012

Exame Yudansha ITN 2012 em Goiânia-GO







Instrutores ITN de Brasilia e Goiânia
Da esq. para Direita
Em pé:
Yuri,Adriano,Brandão,Bruno, Raisel e Henrique
Ajoelhados:
Varunee, J.F.Santos,Gustavo,Arthur e Tiago.










Aconteceu no Dojo CLAM Oswaldo Mendonça (Oeste) em Goiânia-GO, neste feriado de 15/11/2012 o exame anual de Dan do Grupo ITN Brasil de Aikidô.
Neste exame os instrutores Varunee Somchinda,Thiago Brandão, Tiago Vieira, Carlos Raisel e Bruno Mendonça foram examinados para Nidan (Faixa Preta 2º Grau) em Aikidô, além dos alunos Adriano Mendonça (para Shodan - faixa preta 1º Grau), Henrique Martins e Yuri Mendonça (para 1º Kyu - Faixa Marrom).
Mestre J.F.Santos ficou muito impressionado com a grande mostra de esforço e superação apresentada por toda a equipe.
Todos os examinados, ainda que lesionados, deram uma aula de dedicação e força de vontade,superando seus limites físicos e mentais, proporcionando uma demonstração de alto nível técnico.
Neste evento contou-se com a presença do secretário regional ITN de Brasilia (Sr. Arthur Brant) que auxiliou nos trabalhos da banca de avaliação e participou ativamente do exame como atacante.
Também esteve presente o secretário ITN (Gustavo N. Santos) que integrou a banca e organizou o evento.
O Mestre deixou uma bela mensagem de final de ano sobre a importância e o valor da felicidade. Alertando a todos quanto a verdadeira necessidade de se viver bem.
Parabéns à todos pela integração e pelo grande esforço apresentado.

Fonte: www.itnbrasil.com

Encontro de Aikidô em Porto Velho - RO

Equipe de Aikido ITN em Porto Velho



Foram realizados nas datas de 02 a 04 de Novembro de 2012, na Bang Dojo, o Gashuku e exame de faixa do grupo ITN Brasil de Aikido em Porto Velho.
O Sensei Paulo Valente (representante regional do grupo ITN) recebeu o Mestre J.F.Santos em Porto Velho para a realização de mais um encontro técnico e avaliação dos seu alunos na bela cidade de Porto Velho.
O encontro foi marcado por muita prática e alegria, o grupo apresentou um alto nível técnico e muita disposição para o treino.
Nesta ida poderam contar com a presença do colega Adriano da Nóbrega (1° Kyu do Dojô Central ITN Brasil - Aizen Dojo) para poder engrandecer os ensinamentos.

Adriano da Nóbrega e Mestre J.F.Santos em Porto Velho

O Mestre mostrou-se muito animado com todos e ratificou o belo trabalho realizado na região pelo dedicado instrutor Paulo Valente.
Parabéns à todos os colegas de Porto Velho pelo trabalho e pelas mostras de carinho e amizade.

Fonte: 
http://www.itnbrasil.com/site/modulo/home/index.php

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Aikidô - Energia em Movimento

Vídeo gravado à partir de trechos dos Jiu Waza dos yudansha Gustavo N. Santos (3ºDAN), Tiago Vieira Borges (1ºDAN) e Bruno de A. Mendonça (1ºDAN), realizados no CLAM Oswaldo Mendonça - Unidade Oeste.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

segunda-feira, 28 de maio de 2012

II Workshop com William James Gleason Sensei em Brasilia.


O Instituto Teruo Nakatani-ITN, orgulhosamente, apresenta o melhor do

Aikido Mundial em Brasília.

No feriadão de Corpus Cristi 7(tarde), 8, 9 e 10(manhã) de junho de 2012, nos tatamis do Aizen dojo, realizaremos II Workshop com William James Gleason sensei. Haverá aulas especiais de 11 a 18 de junho.
Breve resumo:
Sensei William James Gleason viveu 10 anos no Japão, de 1970 a 1980.
Neste período estudou na Hombu dojo e no dojo particular do fantástico Seigo Yamaguchi, o Mestre do Desequilíbrio, que se tornou seu amigo e mentor. Gleason sensei, enquanto no Japão, estudou e praticou: esgrima (Kashima Shin Ryu), língua japonesa, musica clássica e religiões orientais.
Fundou o Shobu Aikido dojo, em 1980, em Boston, possui cinco dojos afiliados nos Estados Unidos. Desde 1985 é filiado ao Aikido Schools of Ueshiba Federation (ASU), de Mitsugi Saotome Shihan.
Gleason sensei é autor do livro The Spiritual Foundations of Aikido (traduzido português) e o do livro "Aikido and Words of Power: The Sacred Sounds of KOTOTAMA".
No Seu primeiro DVD, "Aikido and Japanese Sword", mostra a relação entre os movimentos de esgrima tradicional e o Aikido.
O Aikido de Gleason sensei se transformou. em poucos anos, de maravilhoso para incrível.
O surpreendente em Gleason Sensei é sua habilidade de ensinar de forma organizada e compreensível.
Seus movimentos precisos refletem o resultado do seu estudo e paixão pelo Aikido.
Cortando fronteiras, eterniza o Aikido de Yamaguchi sensei como seu legitimo representante.
Haverá tradução simultanea durante as aulas no Aizen dojo.
Não Perca. Inscreva-se já.
Vagas limitadas mesmo, devido ao espaço do Aizen dojo.
Aos inscritos enviaremos a grade horaria.
ITN-Inst.Teruo Nakatani
www.aizen.org
www.nakatanidojo.com
wwww.itnbrasil.com
j.f.santos
Aikikai

Ficou Interessado ??

FICHA DE INSCRIÇAO- Gleason

Seu NOME COMPLETO:
seu e-mail: tel.:
Nome e Telef p/emergencia:
Seu instrutor: seu DOJO:
Seu grau atual:
Escolha a Opção: Investmento:

Investimentos:
- Complete (full)  até 02/06/2012
 R$ 300,00 a vista  ou em três parcelas iguais e sucessivas 3x 100,00 (*)
(*) Agendar as parcelas no terminal eletrônico e apresentar/enviar o comprovante.
 – 2(dois) dias avulso. - informe os dias!! e somente até o dia 02/06/2012
R$ 150,00 a vista e somente até o dia 02/06/2012
- 1(um) dia avulso,- informe o dia!!
R$  80,00 a vista e somente até o dia 02/06/2012

PAGAMENTO SOMENTE EM BANCO: conta poupança
Banco Brasil (BB) ag. 1273-4 conta 5.471.180-0, VARIAÇÃO 96; em nome de José Fernando Araujo dos Santos.
Enviar ficha, com comprovante para: santos@pobox.com
Obs.: Confirmação mediante disponibilidade de vagas

Filmagens proibidas; fotos somente no momento reservado para isto. Ficha de inscrição sem o recibo de deposito ou entregue fora do prazo não serão recebidas e  constituem  impedimento para participar do workshop.
NÀO SERÃO RECEBIDOS PAGAMENTOS NO DIA DO SEMINARIO. Dessa maneira, faça sua inscrição e pagamento com antecedência. Seja inteligente, USE A INTERNET OU entregue diretamente os documentos no Aizen.
 INTENÇAO, SEM AÇÃO, É ILUSÃO.
O seminário é de caráter privado, fechado ao publico. Portanto, não será permitida a  presença de pessoas  não inscritas no local do seminário, por isso  não convide e nem traga acompanhantes, cônjuge, companheira,(o)namorada(o), filhos,  crianças,   amigos, colegas,  etc.
Celulares desligados ou no modo silencioso. Favor, não chegar atrasado !!

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Aikido hoje: uma visão geral


Aikido hoje: uma visão geral

por Stanley Pranin- Aikido Journal #107 (1996)

Traduzido por André Fettermann de Andrade

Recentemente recebi a minha cópia do Aikido Journal 106 e, enquanto a folheava, senti um certo orgulho no fato da revista estar sendo editada continuamente por vinte anos e tenha ocupado um lugar de importância dentro da comunidade internacional de aikido. Desnecessário dizer o quanto agradeço a colaboração de diversos shihan que nos apoiaram durante todos esses anos. Também expresso a minha grande admiração pelos nossos leitores, muitos dos quais são verdadeiramente dedicados ao seus estudos de artes marciais e que integraram esse conhecimento ao seu estilo de vida.
Ao mesmo tempo, não pude deixar de notar que muitos dos artigos são voltados a instrutores e praticantes com experiência. Talvez nós estejamos assumindo com muita freqüência que os leitores do Aikido Journal tenham um certo conhecimento em comum que inclui um mínimo de conhecimento sobre a história do aikido e do Daito-ryu, familiaridade com os nomes dos principais professores e um certo conhecimento das técnicas. Mas suspeito que mais e mais dos novos leitores são novatos em artes marciais e podem acabar de alguma forma se sentindo oprimidos pela quantidade e profundidade de detalhes apresentados em nossas páginas. Conseqüentemente, resolvi preparar uma visão geral do foco principal dessa publicação – a arte do aikido. Para aqueles leitores que possam considerar isso antiquado, por favor, me perdoem.
Aikido é uma arte marcial japonesa moderna criada por Morihei Ueshiba(1883-1969). Ela é original como arte marcial no ponto em que coloca grande ênfase em princípios éticos que são incorporados à execução das técnicas. Embora Morihei Ueshiba já estivesse ativo por mais de vinte anos antes da Segunda Grande Guerra, geralmente considera-se que a arte tenha chegado a sua forma moderna nos anos que se seguiram ao fim da guerra.
As raízes técnicas do aikido derivam, em sua grande parte, do Daito-ryu aikijujutsu. Esta arte de jujutsu por sua vez se originou de várias tradições mantidas entre os guerreiros do clan Aizu. O currículo do Daito-ryu foi modernizado e disseminado por Sokaku Takeda começando no final do século XIX e conta-se que tenha sido a algo em torno de 30 mil pessoas. Morihei Ueshiba foi um dos principais alunos de Takeda e cujo sucesso ajudou a inspirar um revival de interesse sobre a escola Daito-ryu.
Ueshiba também foi bastante influenciado por Onisaburo Deguchi (1871-1948) da seita religiosa Omoto. O fundador do aikido absorveu uma grande quantidade de ensinamentos da Omoto e a visão de Ueshiba de um Universo em harmonia dinâmica se aproxima bastante da doutrina dessa religião.
O aikido começou a desfrutar de um constante crescimento em popularidade tanto no Japão quanto no resto do mundo no início dos anos 50. Ueshiba, que nessa época já passava dos setenta anos, não foi um dos participantes principais na disseminação do aikido no pós-guerra. Crédito pela rápida propagação da arte deve ser dado primariamente a indivíduos tais como Koichi Tohei, Gozo Shioda, Minoru Mochizuki, Kenji Tomiki e Kishomaru Ueshiba.
Essas são figuras centrais e são também responsáveis pelo desenvolvimento dos principais estilos de aikido que hoje existem. A linhagem de praticamente qualquer linha de escola de aikido pode ser traçada de volta até pelo menos um desses professores pioneiros. Vamos agora voltar nossa atenção para as cinco maiores tendências do aikidô que são baseadas nos ensinamentos desses professores citados anteriormente.
Primeiramente o Aikikai Hombu Dojo. O “Hombu Dojo”, como é conhecido por dezenas de milhares de praticantes no mundo todo, é a continuação direta da escola pré-guerra de Ueshiba conhecida como Kobukan Dojo. É de longe a maior das organizações de aikido, com milhares de escolas afiliadas por todo o mundo. A principal escola é presidida pelo Segundo Doshu (lit., "Líder do Caminho") Kisshomaru Ueshiba (n. 1921), o terceiro filho do fundador. O sucesso tão cedo do Aikikai e sua propagação internacional são principalmente devidos aos esforços de Koichi Tohei (veja entrevista nessa edição) e outros shihan do início do aikikai. Tohei fez viagens frequentemente ao Havaí e aos Estados Unidos continental além de ter escrito uma série de livros populares que foram traduzidos nas principais línguas européias.
Após a morte do fundador em 1969, seu filho, Kisshomaru, assumiu a liderança do Aikikai e em 1974 Tohei se desliga. As principais contribuições do Doshu foram na área da administração no crescimento da arte e na modificação e simplificação do seu currículo técnico. Na escola Aikikai, as técnicas e métodos empregados pelo fundador foram descontinuados em favor de novos métodos pedagógicos. A aikikai não enfatiza o lado marcial das técnicas do aikido favorecendo ao invés um foco na arte como uma disciplina de automelhoramento com objetivo de desenvolver membros produtivos para a sociedade.
Em acréscimo à sua grande base de alunos, a Aikikai conta com o apoio de vários grupos proeminentes de negócios e instituições políticas. Essas conexões com a elite da sociedade japonesa se remetem aos anos pré-guerra quando Morihei Ueshiba contava dentre os seus alunos e pessoas que o apoiavam muitas figuras dos mundos político, militar e dos negócios.
A Aikikai também formou muitos dos principais shihan que atuam sob a orientação e que tem diversos seguidores próprios. Pessoas como Shigenobu Okumura, Morihiro Saito, Sadateru Arikawa, Hiroshi Tada e Shoji Nishio estão entre os mais antigos. Ausentes dessa pequena lista ainda estão Rinjiro Shirata, Kisaburo Osawa e Seigo Yamaguchi que já faleceram. A geração seguinte de instrutores inclui nomes como Masatake Fujita, Seishiro Endo, Seijuro Masuda, Masando Sasaki, Norihiko Ichihashi e Nobuyuki Watanabe. A essa lista deve ser incluído o nome de Moriteru Ueshiba, o filho de Kisshomaru, que é o atual Dojo-cho e o próximo Doshu. Moriteru tem viajado extensivamente como embaixador do aikido e também escreveu diversos livros sobre a arte.
Uma organização chamada International Aikido Federation (IAF) (Federação internacional de aikido, em português) foi fundada pela Aikikai em 1976 entre muita fanfarra. A IAF adotou uma estrutura piramidal complicada e um elaborado conjunto de regulamentos. Contudo, a federação falhou ao tentar se estabelecer como uma entidade separada do Hombu Dojo e eventualmente acabou não funcionando direito. Embora a IAF continue existindo no nome, nunca conseguiu ter nenhuma influência política real.
Recentemente a Aikikai tem adotado uma postura bem de acomodação, organizacionalmente falando. Como conseqüência, um grande número de grupos independentes os quais por uma razão ou por outra haviam anteriormente se separado do Hombu Dojo, foram aceitos de volta em seus quadros após anos de isolamento.
A segunda maior organização de aikido em termos de número de praticantes geralmente considera-se ser o Yoshinkan aikido. Essa escola de aikido foi iniciada por Gozo Shioda (1915-1994) no início dos anos 50. Shioda foi um dos melhores alunos de Ueshiba nos anos pré-guerra e seu estilo é caracterizada por sua eficácia, técnicas tipo jujutsu e uma metodologia bem definida de ensino. Shioda é o autor de muitos livros sobre o Yoshinkan aikido e fez diversas viagens ao exterior.
Como a Aikikai, a Yoshinkan é bem relacionada nos círculos políticos e dos negócios e isso tem sido um fator positivo no seu crescimento. O controle político efetivo da organização está nas mãos de um conselho de diretores. O mais importante shihan após a morte de Shioda chama-se Kiyoyuki Terada. Outros professores bastante conhecidos incluem Kyoichi Inoue, Takefumi Takeno, Tsutomu Chida e Hiromichi Nagano.
A Yoshinkan criou a International Yoshinkai Aikido Federation (IYAF) em 1990. Em contraste a Aikikai, a Yoshinkan adotou um sistema mais frouxo e não hierárquico para a sua organização e tem tido sucesso em receber um constante fluxo de dojos independentes em sua rede.
Shinshin Toitsu aikido é a organização criada por Koichi Tohei em 1974 quando se separou da Aikikai. Freqüentemente referenciada como “Ki Society”(Sociedade Ki), como o termo implica, esse grupo enfatiza o conceito do ki como a força dinâmica no universo. Este princípiodo ki guia a prática das técnicas contidas no currículo da Ki Society. O grupo de Tohei também incorpora técnicas de cura pelo ki como parte dos seus ensinamentos. Tem uma rede nacional de dojos no Japão e várias filiais no exterior. É controlada de forma centralizada pelo quartel general representado pelo seu dojo localizado em Shinjuku, próximo ao Aikikai Hombu Dojo.
Tohei é autor de vários livros sobre aikido e de assuntos relacionados ao ki e é uma das figuras mais conhecidas do aikido internacionalmente. Como mencionado anteriormente, seu papel na difusão do aikido no Japão e no exterior quando ainda era parte da aikikai foi fundamental. Contudo, devido a animosidade aguda que envolve sua partida da organização principal, o nome de Tohei foi retirado dos anais da história da Aikikai e como resultado muitos dos praticantes hoje sequer ouviram falar dele.
Voltemos agora nossa atenção ao Tomiki aikido. Os princípios e a prática do aikido desse grupo são baseados nos ensinamentos de Kenji Tomiki (1900-1979). Tomiki foi um dos primeiros alunos de Ueshiba e um importante judoca antes de ser apresentado ao aikido. Foi também um homem bastante letrado tendo se formado em uma das mais importantes escolas de ensino superior do Japão, a Universidade de Waseda.
Tomiki se tornou professor da universidade depois da guerra e foi ali que ele desenvolveu suas teorias originais sobre o aikido as quais eram fortemente influenciadas pela filosofia de Jigoro Kano, o fundador do judô. Tomiki planejou uma série de técnicas e regras que permitiam ao aikido ser praticado como esporte. A sua idéia era dar aos alunos uma forma de medir objetivamente seu progresso através de competições abertas.
Tomiki escreveu intensamente sobre suas teorias em diversos livros e ensaios. Ele conseguiu diversos grupos no Japão e no exterior os quais incorporam a competição em seu treinamento. No entanto, a metodologia de Tomiki foi rejeitada integralmente pela comunidade aikidoísta, a qual considerava suas teorias diametralmente opostas aos ensinamentos éticos do fundador, Ueshiba.
Competições locais e internacionais entre os dojos de Tomiki aikido ainda são realizadas regularmente e o número de afiliados ao grupo tem crescido constantemente junto com o sucesso do aikido de uma forma geral. Os principais nomes hoje no Tomiki aikido são Tetsu Nariyama e Fumiaki Shishida e a tomada de decisões está nas mãos do conselho diretor da Japan Aikido Association.
Outra grande escola da arte é chamada Yoseikan aikido. Foi fundada por Minoru Mochizuki (n. 1907), outro dos alunos iniciais de Ueshiba e um famoso competidor de judo. Mochizuki foi enviado para estudar no Kobukan Dojo por Jigoro Kano em 1930. Além de aikido e judo, Mochizuki também estudou Katori Shinto-ryu e carate. A inovação de Mochizuki foi o desenvolvimento de uma arte composta, incorporando elementos de todas as escolas as quais ele tinha estudado. Como resultado, o Yoseikan aikido tem um vasto currículo técnico o qual leva-se muitos anos para dominar.
Mochizuki também é muito teórico em sua metodologia e escreveu vários ensaios tocando em uma grande gama de assuntos relacionados às artes marciais. Ele também teve um papel importante na propagação do aikido internacionalmente. Mochizuki é creditado como a primeira pessoa a ensinar o aikido no exterior, tendo passado dois anos na França começando em 1951 onde ensinou judô e aikido. O Yoseikan tem um limitado número de seguidores no Japão, mas é muito forte na Europa, principalmente na França. Também tem um pequeno mais dedicado grupo na América do Norte.
Embora a lista acima cubra os principais estilos de aikido praticados hoje, há um grande número de pequenos grupos independentes que merecem ser mencionados. O Tendokan aikido fundado por um ex-instrutor da Aikikai chamado Kenji Shimizu tem um forte dojo em Tóquio e um grande número de seguidores na Europa, principalmente na Alemanha. Shimizu também é co-autor do best-seller intitulado Zen and Aikido(O zen e o aikido).
Takashi Kushida um antigo instrutor de Yoshinkan, opera na América do Norte uma organização chamada de Yoshokai, com vários dojos afiliados. O Seidokan aikido foi fundado por Rod Kobayashi, antes integrante da Ki Society, e tem um forte contingente de escolas, especialmente no oeste dos EUA. Shizuo Imaizumi tem sua base em Nova Iorque foi instrutor da Aikikai e da Ki Society que agora opera um grupo conhecido como Shin Budo Kai.
Há diversas organizações independentes na Inglaterra, França, Alemanha e Escandinávia. Muitos desses grupos europeus já recusaram expressamente filiar-se a qualquer autoridade japonesa devido a experiências negativas anteriores.
Meu grande temor ao escrever o texto acima é que eu possa ter negligenciado a citação a importantes individuos. Com certeza sou culpado disso e já peço desculpas antecipadamente se de alguma forma ofendi alguém. A arte cresceu de tal forma em extensão que é praticamente impossível para alguém se manter totalmente atualizado com tudo o que ocorre no aikido. Ainda assim é esse constante florescimento do aikido que permitiu que milhares de vidas de pessoas fossem tocadas positivamente e o seu envolvimento por sua vez permitiu um nível de enriquecimento da arte sempre em crescimento.

terça-feira, 17 de abril de 2012

As Dobras da Hakama


Tradução: Murilo Garcez

Quando você dobrar sua Hakama lembra que cada dobra simboliza isto:

-Gi - Retidão
- Yuu - Coragem
- Jin - Benevolência
- Rei - Respeito
- Makoto - Honestidade, Sinceridade absoluta
名誉 "名誉" - Meiyo - Honra
- Chuu - Lealdade


-Gi – Retidão (Decisões corretas)

Seja honesto nas suas relações com todos.
Acreditar na justiça, mas não aquela que emana por outros, mas em sua própria.
Para um verdadeiro samurai não existem tons cinzento no que se refere a honestidade e justiça.
Só existe o certo e o errado.

- Yuu - Coragem

Sobrepõe acima das massas de pessoas têm medo de agir.
Esconder-se como uma tartaruga em sua concha não é viver.
Um samurai deve ter coragem heroica.
É muito arriscado.
É perigoso.
Você vive a vida plenamente, completo, maravilhoso.
A coragem heroica não é cega.
Ele é inteligente e forte.
Substitui o medo pelo respeito e cautela.

- Jin - Benevolência

Através de treinamento intenso o samurai torna-se rápido e forte.
Não é como os outros homens.
Desenvolve um poder que deve ser usado para o bem de todos.
Ele tem compaixão. Ajuda companheiro em cada oportunidade.
Se a oportunidade não surge, sai do seu caminho para encontrá-la.

- Rei - Respeito

Samurai não tem nenhuma razão de ser cruel.
Não há necessidade de provar sua força.
Um samurai é cortês até mesmo com seus inimigos.
Sem essa manifestação externa de respeito não somos melhores do que animais.
Um samurai é respeitado não só por sua ferocidade em batalha, mas também pela forma como tratam os outros.
A autêntica força interior do samurai torna-se evidente em tempos de angústia.

- Makoto - Honestidade, Sinceridade absoluta

Quando um samurai diz que vai fazer alguma coisa, é como se estivesse feito.
Nada na Terra irá impedi-lo de realizar o que ele disse que vai fazer.
Não precisa "dar a sua palavra", não precisa "prometer".
Simplesmente dizer coloca em movimento o ato de fazer.
Falar e fazer são a mesma ação.

名誉 "名誉" - Meiyo - Honra

O verdadeiro samurai só tem um juiz de sua própria honra, e é ele mesmo.
As escolhas que você faz e como as realiza são um reflexo de quem você realmente é.
Você não pode esconder de si mesmo.

- Chuu - Lealdade

Ter feito ou dito "algo" significa que "algo" lhe pertence.
É responsável por ela e por todas as consequências que se seguem.
Um samurai é intensamente leal àqueles que estão sob seus cuidados.
Para aqueles quee você é responsável, permanece ferozmente leal.
As palavras de um homem são como suas impressões digitais, você pode acompanhar onde quer que vá

Credo Samurai - 7 regras do Bushido
De: AIKIDO PARA COMPARTILHAR

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Nota de Falecimento


é com grande pesar que informamos o falecimento de Sensei Martins, nosso Shihan CandangoO velório começa hoje às 12h e o enterro às 16h30 no Cemitério Campo da Esperança.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Entrevista com Moriteru Ueshiba


por Stanley Pranin
Aikido Journal #118 (Fall/Winter 1999)
Traduzido por William Soares

Editor Stanley Pranin: Quando você começou a olhar para o aikido com olhar no seu futuro como herdeiro da tradição?
Doshu: Foi apenas quando eu me tornei um estudante universitário que eu comecei a buscar isso com consistência verdadeira. Eu tinha que ir para escola, então, eu só podia praticar algumas horas por dia, na parte da manhã ou de tarde, dependendo do meu programa de aulas. Acho que eu só praticava em média umas duas horas por dia. Durante as férias da primavera eu praticava uma hora extra, por exemplo praticando uma hora de manhã e duas horas na parte da noite, ou vice e versa. Mesmo depois de me graduar o ritmo continuou o mesmo até quando eu tinha aproximadamente trinta anos. Em torno de 1979 meu pai se adoentou por um período e a partir daquele momento em diante as obrigações com o ensino começaram a mudar o meu caminho gradualmente.

Você diria que o seu pai Kisshomaru teve a maior influência sobre você?
Ele costumava ensinar todos os dias de manhã e às sextas-feiras na parte da noite, então eu estava sempre nessas aulas. Eu participava de aulas com outros professores também, mas eu havia vivido toda a minha vida sob o mesmo teto de meu pai, então sem dúvida, o treino que eu tinha com ele era o que mais me influenciou.

Havia alguma coisa em particular que o seu pai enfatizasse ao falar como você a respeito da história do aikido?

Ele não falava muito a respeito desse tipo de coisa comigo. A maior parte daquilo que eu o ouvi falar sobre isso eu escutei depois de começar a treinar de forma mais regular com ele e quando eu o acompanhava a seminários, palestras e demonstrações. Ele nunca se sentou comigo enquanto estávamos em casa e disse, “Moriteru, isso é assim…” ou “Moriteru, essas são as coisas que eu quero que você saiba…”
Em todo o caso, desde o tempo em que eu nasci eu vivi junto com meu avô, o fundador do aikido, e meu pai o Doshu anterior, então eu tenho certeza de que eu fui influenciado por ambos de diferentes formas, mesmo se eles nunca falassem comigo especificamente sobre tais coisas. Eu nasci e fui criado em um ambiente de aikido, em todos os aspectos, técnicos e outros.

Que tipo de treino o seu pai lhe transmitiu especificamente?
Eu treinava com todo mundo, então nunca houve uma vez que ele me chamasse à parte para transmitir apenas para mim um treino especial. Ele sempre chamava a minha atenção para me dar alguns conselhos quando eu estava fora do tatame, por exemplo, para sempre executar minhas técnicas de modo limpo e cuidadosamente, para manter os meus quadris baixos, e para executar os meus movimentos de modo amplo. Mas em termos de como executar um nikyo ou sankyo ou qualquer outra técnica, eu tenho visto e experimentado essas técnicas desde que eu era pequeno e já as entendia, então eu nunca recebi nenhuma instrução particularmente detalhada a respeito delas. A maioria do que me foi ensinado tem a ver com os pontos maiores que eu acabei de mencionar.

Outra coisa que eu tenho que dizer é que, embora meu pai fosse também meu professor, quando nós íamos para casa à noite a nossa relação era apenas como qualquer outro pai e filho (risos).

Isso também inclui o tipo de estágio “rebelde” pelo qual muitos adolescentes passam em um ponto ou outro?
Bem, não, de fato eu nunca tive esse tipo de embate com meu pai, mas aparentemente eu fui algo aterrorizante na escola elementar (risos). Eu costumava me meter em todo o tipo de problema, e a minha mãe estava sempre sendo chamada para lidar com algo que eu tinha feito. Então eu acho que qualquer que fossem as necessidades de rebeldia que eu tenha tido, elas foram canalizadas para fora ao invés de ir de encontro ao meu pai.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Entrevista com Kisshomaru Ueshiba: Os primórdios do Aikido


por Stanley Pranin
Aiki News #77 (April 1988)
Traduzido por William Soares

Kisshomaru Ueshiba
Sensei, eu gostaria de verificar sucintamente alguns pontos históricos. Para começar, quando Ueshiba Sensei veio à Tóquio pela primeira vez com a idade de 17 ou 18 anos, a família Inoue estava envolvida de alguma forma?
Parece que ele foi para Tóquio dependendo do apoio dos Inoues. Eu me refiro a um parente do Sr. Noriaki Inoue em Tanabe. Logo depois de chegar à Tóquio meu pai sofreu beribéri. De forma que ele não teve uma experiência muito boa quando veio à Tóquio quando jovem. No entanto, como ele gostava de artes marciais, parece que ele treinou em um dojo durante um curto período.

O Sr. gostaria de falar a respeito da experiência de seu pai no exército e treinamento em Yagyu Shingan-ryu?
Enquanto ele esteve no exército ele atingiu o posto de sargento. Nessa época ele treinava Yagyu Shingan-ryu com Masakatsu Nakai aos domingos com seus subalternos e conhecidos. Mas isso era apenas uma vez por semana.

Isso foi depois que ele retornou do fronte durante a guerra Russo-Japonesa, cerca de 1905?
Isso mesmo. Eu acredito que embora não fosse um oficial não comissionado no exército, ele era muito respeitado. De acordo com a minha mãe ele costumava entrar pelo portão da guarnição enquanto pedalava em um rickshaw. Normalmente fazer uma coisa dessas deixaria os outros zangados. Isso mostra o quanto os seus amigos soldados eram devotados a ele.

Por quanto tempo a sua mãe Hatsu permaneceu em Hokkaido?
Ela já estava lá quando Shirataki foi destruída pelo grande incêndio, então eu acredito que ela foi para lá por volta de 1913. Eu acredito que ela tenha retornado entre seis meses a um ano antes de meu pai.

Eu acredito que Yoroku Ueshiba [pai de Morihei] e Zenzo Inoue [pai de Noriaki Inoue] foram para Hokkaido também.
Yoroku foi para lá, mas eu não sei se o pai do Sr. Inoue foi para lá também. Yoroku desistiu de seu trabalho como membro do conselho da vila de Tanabe e se tornou um residente com registro em Hokkaido. Ele foi para lá com a intenção de levar tudo consigo. [Na verdade Yoroku retornou para Tanabe depois de curta permanência].

Nos registros de pagamentos mantidos por Sokaku Takeda Sensei está registrado que Morihei Sensei deixou sua casa para o seu professor quando ele deixou Hokkaido para ir à Tanabe na época da doença de seu pai em 1919. Esse documento ainda existe.
Eu entendo que meu pai tenha dado a casa a ele. Ele disse que deu todos os seus bens, inclusive o seu selo de registro para o Sr. Takeda, dizendo que ele poderia fazer o que quisesse com eles. Eu não sei o que aconteceu com a casa depois disso. Na última vez que estive em Hokkaido a casa já havia desaparecido e havia campos cultivados no local. Havia um templo atrás dos campos e eu descobri o nome de Morihei Ueshiba escrito ali.

Nós entendemos que Morihei Ueshiba Sensei se mudou para Ayabe dois ou três meses depois da passagem de seu pai Yoroku e foi solicitado a começar um dojo de artes marciais por Onisaburo Deguchi Sensei.
Ele não foi solicitado a iniciar um dojo no começo. Meu pai havia se desfeito da maioria de seus bens em Tanabe na época. Enquanto esteve em Ayabe sua vida diária teve que se transformar em uma vida de consumidor. Ele tinha que ter dinheiro o suficiente para viver. No entanto, como meu pai já havia vendido a maior parte de seus bens quando ele se mudou para Hokkaido, parece que parentes o ajudaram com dinheiro. Quando eu herdei os bens em Tanabe eles estavam em nome de minha mãe. E o mais interessante é que eles estavam no nome de solteira de minha mãe, "Hatsu Itogawa" ao invés de "Hatsu Ueshiba". Então ele retornou à Tanabe apenas poucas vezes.

Parece que meu pai doou algum dinheiro para a religião Omoto quando se mudou para Ayabe. Eu acho que foi por isso que as pessoas da religião Omoto pensaram que eles deveriam fazer alguma coisa pelo meu pai e deram permissão a ele para construir uma casa no terreno da Omoto. Ele era amante de artes marciais desde o início e, dessa forma, quando a família se mudou para Ayabe eles arrumaram as coisas e ele pôde treinar na casa. Era um pequeno dojo no qual havia 14 ou 16 placas de tatami. Havia quatro portas corrediças grandes na casa e, mais adiante, um templo. Eu costumava ser repreendido por fazer furos nas portas corrediças. (Risos) Uma placa com os dizeres "Ueshiba Juku" (escola Ueshiba) havia sido escrita por Onisaburo Deguchi Sensei em 1920 e o dojo foi aberto. A placa estava sempre localizada próximo a entrada do dojo. Em 1921, quando eu nasci, meu nome "Kisshomaru" foi escrito por Onisaburo Deguchi Sensei. Ele escolheu o nome logo depois de ter sido libertado da prisão. [Deguchi foi preso como conseqüência do Primeiro Incidente da Omoto].

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Entrevista com Kisshomaru Ueshiba

por Stanley Pranin
Aiki News #30 (August 1978)
Traduzido por William Soares
O artigo a seguir foi preparado com a gentil assistência de Jason Wotherspoon da Australia.

A entrevista a seguir foi realizada em 30 de maio de 1978 em Shinjuku, Tokyo na residência do Doshu Kisshomaru Ueshiba. O tema da entrevista foi a biografia, recentemente publicada pelo Doshu, de seu pai, o O-Sensei. Aqueles que estavam presentes na entrevista eram o Doshu, o editor da Aiki News, Stanley Pranin, e o intérprete Midori Yamamoto.


Editor: Quando foi publicada a primeira edição de seu livro Morihei Ueshiba, o fundador do Aikido?
Doshu Kisshomaru Ueshiba: No final de setembro… dia 28 de setembro de 1977.

Aproximadamente quando o Sr. começou a escrever a biografia?
Eu não posso dizer com certeza quando eu comecei a escrevê-la. Já se passaram nove anos desde que meu pai faleceu. Aproximadamente dois ou três anos depois da morte de meu pai, eu comecei a organizar os materiais. Então aproximadamente no início de 1976 eu estabeleci seriamente a tarefa e pedi ajuda da editora. Eu fiz isso durante um longo período de tempo. De todo o modo, antes de eu ter ido a Hokkaido, estive em toda a Wakayama, em Ayabe e Kameoka, toda aquela área, e também acima de Tajima. Eu estive aqui e Alina procura dos traços de meu pai. Para mim, especialmente, era a primeira vez que eu estava em Hokkaido, onde eu estive na parte alta das montanhas. Eu prestei uma visita ao templo da vila de Shirataki. Mesmo as pessoas da vila não tinham conhecimento que havia uma conexão entre o templo e Morihei Ueshiba. Eu estive lá e solicitei ajuda ao líder da vila para remover os pregos – embora fosse discortês perturbar o templo – uma vez que não havia ninguém habitando lá e o templo externo estava fechado com pregos. Quando nós entramos, com bastante clareza, havia algo escrito a respeito de uma doação feita por Morihei Ueshiba em tal e tal data. Então nós descobrimos algumas informações novas e, pouco a pouco, o livro começou a tomar forma.

De acordo com o prefácio do seu livro, em Shrataki o Sr. encontrou um velho senhor que se mudou de Tanabe para Shirataki com seu pai, não encontrou? Eu imagino que o Sr. tomou conhecimento de um grande número de anedotas preciosas ao ouvir as histórias do ancião. O Sr. Poderia nos falar sobre isso?
Era um homem chamado Takeda. Ele faleceu pouco tempo depois de eu tê-lo encontrado. Meu pai organizou uma associação de colonos em Tanabe e o grupo se dirigiu para Hokkaido.. Meu pai era o líder do grupo e o Sr. Takeda era um dos membros. Ele era um rapaz, provavelmente adolescente, eu acredito. Ele se lembrava daqueles dias já que ele havia ido com meu pai e tinha compartilhado tanto as alegrias quanto as dificuldades. Depois que o Aikido se tornou popular, muitas pessoas que o praticam tomaram o caminho para Shirataki a fim de explorar as raízes do Aikido. Eles nunca falharam em buscar o Sr. Takeda para ouvirem suas histórias a respeito daqueles dias, então ele desenvolveu um estilo de contar histórias. Embora as histórias fossem repetitivas, elas eram muito interessantes.

Qual era o primeiro nome do senhor Takeda?
Se você procurar na Aiki Shimbun, você o encontrará lá… em uma das edições antigas da Aiki Shimbun.

A Shirataki de hoje ainda é pequena ou se tornou maior?
Shirataki hoje se encontra em processo de se tornar uma área despovoada. Como qualquer desenvolvimento futuro, bem, pode ser difícil…eu acredito que a população esteja diminuindo. A geada começa em setembro ou no início de outubro, então é um lugar bem frio. No entanto, é um lugar muito agradável. Inclusive com primaveras quentes. Eu estive lá por volta de setembro e graças ao chefe do vilarejo, o líder do conselho e alguns dignitários do vilarejo ofereceram um banquete em minha homenagem. Foi realmente maravilhoso.

Eles ofereceram ao senhor uma grande recepção, não é mesmo?
Sim, eles certamente ofereceram. Nas histórias que mencionei antes, que o Sr. Takeda me contou, ele me mostrou o terreno que pertenceu ao meu pai. Ele disse que o meu pai cultivava uma grande porção de terra que ele havia comprado do governo. De acordo com ele, meu avô, que foi durante muito tempo um membro do conselho do vilarejo de Tanabe, estava bem de vida. Foi por isso que meu pai, o Fundador do Aikido, pode agir como lhe agradava e foi para Hokkaido com o apoio do dinheiro de meu avô.Takeda me disse, “o seu avô era um grande homem. Por causa disso o seu pai era livre para desenvolver o aiki como ele fez. O seu avô deu ao seu filho todo o dinheiro que ele precisava”. Eu já havia ouvido essas coisas antes, mas foi a primeira vez que as ouvi de alguém que tinha conhecimento real sobre elas. Quando eles viajaram de Tanabe para Hokkaido eles partiram de Aomori pela via barca Kampu (atualmente barcas Seikan). Não havia estrada de ferro para Shirataki. Você tinha que ir de Asahikawa na direção de Abashiri para chegar até lá. Então eles utilizaram carruagens puxadas por cavalos. Ele me contou várias histórias a respeito das dificuldades como no dia em que a carruagem ficou atolada na neve quando os cavalos ficaram agitados. Eu acredito que as coisas devem ter sido muito difíceis naqueles dias.

O senhor alguma vez visitou Hokkaido com seu pai?
Não, nunca. Essa foi a primeira vez que eu estive em Hokkaido.



Entrevista com Mitsugi Saotome - parte 01


Aiki News #89 (Fall 1991)
Traduzido por Christiaan Oyens
Este artigo foi preparado graças à ajuda de Jim Sorrentino dos Estados Unidos.

Mitsugi Saotome Shihan é muito conhecido nos Estados Unidos como o fundador do Aikido Schools of Ueshiba (Escolas de Aikido de Ueshiba). Nesta primeira metade de uma entrevista de duas partes, Saotome Shihan recorda seus quinze anos como uchideshi no Hombu Dojo, relata suas impressões sobre O-Sensei e discute sua abordagem para o treinamento com armas.

Aiki News: Poderia nos contar um pouco sobre o seu background em Aikido?
Saotome Sensei: Eu pratiquei Judo quando estudava na escola secundária. Fui enviado ao Kuwamori Dojo com uma carta de apresentação do meu professor de Judo porque ele achava que o Aikido seria bom para mim. Foi assim que fui introduzido ao Aikido. Quem estava dando aula naquele momento era o Seigo Yamaguchi Sensei. Eu era maior do que sou agora e pesava uns 90 kilos. Eu estava acostumado a ganhar competições de Judo em Tókio. Após a aula, Yamaguchi Sensei mandou que eu agarrasse seus dedos. No instante que eu os agarrei ele me arremessou. Não entendi como aconteceu e pensei que tivesse tropeçado em algum dos tatames. Pedi então que ele fizesse isso de novo. Acho que fui arremessado umas quatro ou cinco vezes. Ele me arremessou com seus dedos e também quando agarrei os seus ombros. Foi assim que fui iniciado nesta arte. Depois da aula conversei com o Yamaguchi Sensei e com o Kuwamori Sensei não só sobre artes marciais, mas também sobre vários assuntos como a filosofia oriental. Fiquei muito feliz com isso, pois estava ansioso para discutir estes temas. Ainda respeito Kuwamori Sensei e fiquei muito impressionado com o Yamaguchi Sensei. Então entrei no dojo enquanto seguia a minha prática do Judo.

Isto ocorreu após o retorno de Yamaguchi Sensei de Burma?
Não, isto foi antes de sua ida. O Kuwamori Dojo foi o primeiro dojo sucursal Aikikai após a guerra. Naquela época, o Doshu de Aikido Kisshomaru Ueshiba visitava o nosso dojo, nós o chamávamos então de “Wakasensei”. Pensei que ele seria um típico adepto das artes marciais, mas ele na realidade parecia um professor de universidade e era muito cortês ao falar. Ele me impressionou com os seus modos de cavalheiro. Fiquei surpreso com as suas mãos fortes e grossas. Ele era muito diferente dos professores de Judo. Falei com ele sobre vários assuntos e vim a apreciar o Aikido mais ainda.

Naqueles dias o Wakasensei ainda trabalhava na Companhia de Seguros Osaka. Eu treino Aikido desde aquele tempo. Shoji Nishio também estava presente. E Nobuyoshi Tamura tinha começado três meses antes de mim. Isto aconteceu há uns 37 anos [ca. 1954]. Desejava me tornar um uchideshi, mas isto só foi acontecer em 1961. Naqueles dias Tamura também trabalhava fora, mesmo sendo um uchideshi. Não era como hoje em dia que o dojo paga salários para seus professores jovens.

Quando conheci O-Sensei pela primeira vez eu cursava a escola secundária. Eu pratiquei no antigo Hombu Dojo. O dojo não era sujo, mas os tatames estavam bastante desgastados. O-Sensei, com sua barba branca, estava batendo papo com seus alunos. Não tinha a menor idéia naquele momento de quem era O-Sensei. O-Sensei falou comigo primeiro me dando as boas vindas enquanto as pessoas em sua volta aparentavam muita tensão. Fiquei bastante perplexo e senti um frio na espinha. Não sei se você pode chamar isto de um despertar espiritual, mas eu estava em estado de choque. Naqueles tempos eu pessoalmente visitava professores de diversas artes marciais, não só de Judo, mas todos eram muito diferentes de O-Sensei. O-Sensei tinha sessenta e poucos anos e era muito nobre. Foi uma oportunidade incrível para mim conhece-lo naquele momento. Ele me impressionou profundamente e me fez sentir que poderia abandonar tudo para ficar sob sua tutela.

Era o Wakasensei quem ministrava o maior número de aulas naquela época?
Wakasensei ensinava a aula matinal e depois seguia para o seu trabalho. Yamaguchi Sensei era quem dava o maior número de aulas.

Naquela época já existiam as aulas de manhã e à noite?
Exatamente. Mas não haviam tantas aulas no começo. O número de aulas cresceu gradativamente. Naqueles dias eu participava da aula das 8:00 às 9:00 que geralmente era dada por O-Sensei. Se apareciam dez alunos, o presente Doshu comentava como a aula estava cheia. Ele era jovem ainda. Me lembro que praticávamos kakarigeiko (treino contra ataques contínuos) como o Doshu. Hoje em dia o Aikido é conhecido, mas naquela época muita gente perguntava o que era o Aikido até mesmo em Tókio.

Quando eu era um uchideshi, O-Sensei me repreendia como muito mais freqüência do que aos outros. Eu fui um uchideshi durante mais de 15 anos e foi provavelmente por isso que ele achava mais fácil me repreender. Eu fazia o tipo desajeitado, enquanto que os outros uchideshi eram muito mais rápidos para aprender. Fui o último a permanecer como uchideshi. Em minha opinião, enquanto O-Sensei viveu a arte mudava ano após ano e estava sempre evoluindo. Eu queria observar como O-Sensei se desenvolvia. Foi por isso que fui o uchideshi que mais tempo ficou! [risos]

segunda-feira, 26 de março de 2012

Entrevista com Kenji Shimizu


por Stanley Pranin
Aiki News #77 (April 1988)
Traduzido por José Antonio Sousa

O texto a seguir é uma entrevista conduzida com um dos últimos uchideshi (aluno interno) de Morihei Ueshiba no Hombu Aikikai Dojo. Kenji Shimizu estabeleceu seu próprio dojo independente em meados da década de 1970, em Sangenjaya, Tóquio, chamado dojo Tendokan.

Sabe-se que o Sr. praticou judô antes começar no aikido.
Eu tinha uma visão muito limitada no começo e costumava considerar o judô como a única arte marcial. O inconveniente do judô é que você se machuca freqüentemente e não vê nenhuma melhora à medida que fica mais velho e perde a força física. Eu realmente gostava do judô e era muito deprimente ver minha habilidade diminuindo. Mesmo as pessoas mais novas podem estar em declínio no judô.

Qual sua idade quando começou no judô?
Eu comecei em 1953 quando tinha 13 anos. Eu era bom no judô e continuei praticando regularmente durante o período em que era estudante na universidade de Meiji. Enquanto garoto, pratiquei judô com as pessoas em torno de mim e me tornei forte. À medida que que fui ficando mais velho, mudei de categoria e lutei com muitos adversários grandes e fortes. Eu era motivado e treinava muito, mas não conseguia superar a diferença na força física. Por isso mudei para o aikido e realmente me envolvi com a arte.

Como o Sr. descobriu o aikido?
Sr. Kaburagi, diretor administrativo da Takanawa Geihinkan, sugeriu que eu visse Sensei Morihei Ueshiba, que vivia em Wakamatsu-cho em Shinjuku e quem ele considerava ser o último artista marcial restante no Japão. Eu tinha ouvido muito sobre ele antes disso. Por isso troquei o judô pelo aikido, mas não foi assim tão simples. Por exemplo, o judô tem combates, enquanto no aikido existe apenas a prática repetitiva. No início, achei o aikido muito lento. No judô sempre que o oponente abre a guarda você pode derrubá-lo. No aikido, entretanto, você permite que lhe derrubem. No começo, eu não conseguia entender porque tinha que esperar para ser derrubado. Mas, na realidade, quando suas técnicas melhoram torna-se completamente diferente.

O Sr. começou a treinar nas aulas regulares?
Sim. Por isso eu tinha muitas dúvidas. Mesmo achando que o aikido de O-Sensei era maravilhoso, ele não vinha ao dojo quando comecei a praticar. Outros professores vinham ensinar. Então, três meses mais tarde, me tornei um estudante interno. Isso foi em 1963 logo após minha graduação na universidade.